sábado, março 27, 2004
Letizia Ortiz, a princesa «fabricada»
Letizia Ortiz era, até há bem pouco tempo, conhecida como apresentadora do telejornal das 21 horas com mais audiência em Espanha. No entanto, no dia 1 de Novembro de 2003, foi apresentada ao mundo e, especialmente, ao povo espanhol, como sendo a futura raínha espanhola.
Letizia Ortiz prepara-se, aos 31 anos, para ser a futura raínha espanhola. A nível profissional, a ex-apresentadora já trabalhou nas redacções da Agência Efe, do diário ABC e dos canais de TV Bloomberg e CNN +. Posteriormente, passou para a empresa pública RTVE, segundo nos é referido pela revista Visão do passado dia 26 de Fevereiro.
A noiva do futuro rei de Espanha, o príncipe Felipe, permanece no Pavilhão dos Convidados, no Palácio da Zarzuela, onde, para aumentar os seus conhecimentos, conta com a preciosa ajuda da sua assessora, Carmén Iglésias, que a aconselha sobre as leituras mais apropriadas, para que saiba, assim, mais sobre a história das famílias reais e da Casa de Borbón, bem como com a de Michael Howitt, que a instrui em inglês diplomático. Para além disto, Letizia recebeu também aulas de esqui, para poder acompanhar a família real durante as férias, e participou nalgumas caçadas, embora não tenha demonstrado um grande entusiasmo por esta actividade. Para alegria do povo espanhol, a futura princesa deverá demonstrar também um grande interesse pelas touradas, uma vez que este é um dos mais importantes aspectos da cultura popular espanhola.
Apesar de Letizia ser divorciada, o povo espanhol mostra-se feliz com escolha do príncipe Felipe, uma vez que a consideram uma pessoa culta, simpática e carinhosa. Segundo a revista Visão, foi referido no jornal El Tiempo (um dos principais jornais da Colômbia e da América Latina) que «um rei do século XXI optou por uma raínha espanhola do mesmo século, profissional de êxito e com um divórcio às costas, representante típica da sociedade do seu tempo».
Resta esperar pelo casamento, que se deverá realizar no próximo dia 22 de Maio e a partir do qual Letizia Ortiz Rocasolano terá que provar que, apesar de ser uma princesa «fabricada», poderá vir a ser uma excelente raínha.
Clara Palma
clarapalma@hotmail.com
Letizia Ortiz prepara-se, aos 31 anos, para ser a futura raínha espanhola. A nível profissional, a ex-apresentadora já trabalhou nas redacções da Agência Efe, do diário ABC e dos canais de TV Bloomberg e CNN +. Posteriormente, passou para a empresa pública RTVE, segundo nos é referido pela revista Visão do passado dia 26 de Fevereiro.
A noiva do futuro rei de Espanha, o príncipe Felipe, permanece no Pavilhão dos Convidados, no Palácio da Zarzuela, onde, para aumentar os seus conhecimentos, conta com a preciosa ajuda da sua assessora, Carmén Iglésias, que a aconselha sobre as leituras mais apropriadas, para que saiba, assim, mais sobre a história das famílias reais e da Casa de Borbón, bem como com a de Michael Howitt, que a instrui em inglês diplomático. Para além disto, Letizia recebeu também aulas de esqui, para poder acompanhar a família real durante as férias, e participou nalgumas caçadas, embora não tenha demonstrado um grande entusiasmo por esta actividade. Para alegria do povo espanhol, a futura princesa deverá demonstrar também um grande interesse pelas touradas, uma vez que este é um dos mais importantes aspectos da cultura popular espanhola.
Apesar de Letizia ser divorciada, o povo espanhol mostra-se feliz com escolha do príncipe Felipe, uma vez que a consideram uma pessoa culta, simpática e carinhosa. Segundo a revista Visão, foi referido no jornal El Tiempo (um dos principais jornais da Colômbia e da América Latina) que «um rei do século XXI optou por uma raínha espanhola do mesmo século, profissional de êxito e com um divórcio às costas, representante típica da sociedade do seu tempo».
Resta esperar pelo casamento, que se deverá realizar no próximo dia 22 de Maio e a partir do qual Letizia Ortiz Rocasolano terá que provar que, apesar de ser uma princesa «fabricada», poderá vir a ser uma excelente raínha.
Clara Palma
clarapalma@hotmail.com
quinta-feira, março 18, 2004
Nawal Al Saadawi: de vítima a defensora dos direitos das mulheres
Na revista “Pública” de 29 de Fevereiro, Alexandra Lucas Coelho leva-nos até ao Egipto, numa viagem pelo mundo da flagelação feminina. Convenções religiosas que regem ideologias, pondo em causa a integridade física e moral de quem nasceu num país que não aceita a liberdade de ser mulher.
Esta é a história de uma egípcia que experimentou a dor da mutilação genital e se negou a aceitar a sua continuidade...
A mutilação genital feminina é praticada não só no Egipto, mas também em países como o Iêmen, Sudão, Nigéria, Tanzânia, Etiópia, Indonésia; Sri Lanka, Guiné, Golfo; Gana, Quênia e em algumas partes da América Latina.
No Egipto, estes serviços eram feitos em hospitais púbicos e na clandestinidade, uma vez que as restrições legais eram pouco específicas. Actualmente, apesar da proibição legal, a prática está demasiado enraizada para que seja possível aboli-la por completo.
Nawal Al Saadawi foi sujeita à remoção do clitóris com apenas seis anos, porque a sua família cultivava princípios religiosos relacionados com a pureza e castidade, associando-os a esta prática. Tal como ela, muitas outras mulheres continuam a ser sujeitas à excisão feminina e Nawal, enquanto médica, pode agora auxiliar aquelas que experimentam a dor pela qual já passou.
Usando como base a experiência à qual foi submetida, desenvolveu estudos nesta área, acabando por publicar “The Hidden Face of Eve” (1977), que se tornou uma referência na área dos estudos sobre as mulheres no mundo árabe.
Com Sadat no poder, a sua contestação levou-a à prisão e, mais tarde, a pressão dos fundamentalistas islâmicos obrigou-a a fugir para os Estados Unidos. Quando regressou, embora a situação tivesse mudado, ainda teve de lutar contra uma tentativa de separação forçada, com base nos seus ideais de liberdade.
Em 1982, fundou a AWSA (Arab Women’s Solidarity Association), uma organização
não-governamental com várias delegações internacionais e milhares de activistas que, entre outros propósitos com vista à defesa das mulheres, combate os “crimes de honra”.
Com mais de 42 publicações alicerçadas na sua experiência pessoal, Nawal Al Saadawi é um marco de destaque, tanto no que respeita aos estudos que realiza, como na defesa acérrima dos direitos das mulheres.
A mutilação genital feminina não é uma tradição dos países árabes nem do universo islâmico, porque o Corão não a advoga. Mesmo assim, continua a ser usual em países com comunidades oriundas destas regiões, como é o caso de Portugal.
Sofia Figueiras
sofia_figueiras@portugalmail.pt
Esta é a história de uma egípcia que experimentou a dor da mutilação genital e se negou a aceitar a sua continuidade...
A mutilação genital feminina é praticada não só no Egipto, mas também em países como o Iêmen, Sudão, Nigéria, Tanzânia, Etiópia, Indonésia; Sri Lanka, Guiné, Golfo; Gana, Quênia e em algumas partes da América Latina.
No Egipto, estes serviços eram feitos em hospitais púbicos e na clandestinidade, uma vez que as restrições legais eram pouco específicas. Actualmente, apesar da proibição legal, a prática está demasiado enraizada para que seja possível aboli-la por completo.
Nawal Al Saadawi foi sujeita à remoção do clitóris com apenas seis anos, porque a sua família cultivava princípios religiosos relacionados com a pureza e castidade, associando-os a esta prática. Tal como ela, muitas outras mulheres continuam a ser sujeitas à excisão feminina e Nawal, enquanto médica, pode agora auxiliar aquelas que experimentam a dor pela qual já passou.
Usando como base a experiência à qual foi submetida, desenvolveu estudos nesta área, acabando por publicar “The Hidden Face of Eve” (1977), que se tornou uma referência na área dos estudos sobre as mulheres no mundo árabe.
Com Sadat no poder, a sua contestação levou-a à prisão e, mais tarde, a pressão dos fundamentalistas islâmicos obrigou-a a fugir para os Estados Unidos. Quando regressou, embora a situação tivesse mudado, ainda teve de lutar contra uma tentativa de separação forçada, com base nos seus ideais de liberdade.
Em 1982, fundou a AWSA (Arab Women’s Solidarity Association), uma organização
não-governamental com várias delegações internacionais e milhares de activistas que, entre outros propósitos com vista à defesa das mulheres, combate os “crimes de honra”.
Com mais de 42 publicações alicerçadas na sua experiência pessoal, Nawal Al Saadawi é um marco de destaque, tanto no que respeita aos estudos que realiza, como na defesa acérrima dos direitos das mulheres.
A mutilação genital feminina não é uma tradição dos países árabes nem do universo islâmico, porque o Corão não a advoga. Mesmo assim, continua a ser usual em países com comunidades oriundas destas regiões, como é o caso de Portugal.
Sofia Figueiras
sofia_figueiras@portugalmail.pt