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terça-feira, maio 25, 2004

Um milhar pela paz... 

No jornal Público de 19 de Maio, Joaquim Fidalgo fala-nos da "paz no feminino", uma iniciativa que pretende premiar 1000 mulheres pelo seu esforço e empenho a favor da paz no mundo.

A rubrica "Ver para crer" de 19 de Maio aborda a questão da paz numa vertente pouco habitual: em causa está o reconhecimento da acção de cerca de 1000 mulheres, candidatas ao Prémio Nobel da Paz em 2005.
Esta iniciativa oriunda da Suíça, vem contrariar a habitual tendência para premiar e reconhecer homens, desde há 103 anos. Neste espaço de tempo, apenas 11 mulheres foram merecedoras de destaque, contra oito dezenas de homens, entre instituições e organizações.
Joaquim Fidalgo na sua crónica semanal chama a atenção para a particularidade da iniciativa: "é um prémio colectivo, mas feito de uma soma de mil individualidades, todas diferentes e todas com o seu quê de igual, que valem cada uma por si e que valem igualmente, no conjunto, como homenagem aos milhões de mulheres que trabalham diariamente pela paz nas mais diversas latitudes".
No conjunto de 1000 mulheres que integra o grupo destacado, pretende-se que haja, pelo menos, uma a representar cada um dos 225 países do mundo, sem excepção.
Este projecto está disponível online em www.1000peacewomen.org.



Sofia Figueiras
sofia_figueiras@portugalmail.pt


Visão artística no feminino 

Ao completar 30 anos de carreira e 60 anos de idade, Armanda Passos decidiu expor cerca de três dezenas de obras inéditas. O tema é, invariavelmente e apenas, o mundo feminino.

Na revista Visão de 19 de Fevereiro de 2004, Cesaltina Pinto faz uma breve alusão à exposição de Armanda Passos no Lugar do Desenho, em Gondomar, aquando da comemoração dos 30 anos de carreira ininterrupta da pintora.
As mulheres são o seu tema de eleição. De variadas cores e diversos feitios, o mundo feminino é o grande protagonista da sua pintura.
Armanda Passos elege a mulher, entre qualquer outro tema, pelas referências que lhe proporciona. Entre desenhos e telas a óleo, o corpo feminino adquire as mais diversas formas e é o espaço onde a pintora dá a conhecer ao mundo o seu universo, apostando na feminilidade da arte.



Sofia Figueiras
sofia_figueiras@portugalmail.pt


terça-feira, maio 04, 2004

“Queimada Viva”: uma questão de honra 

Souad é uma mulher com idade incerta (entre 40 e 50 anos) que foi vítima de um «crime de honra». No entanto, sobreviveu e acaba de publicar um livro intitulado “Queimada Viva”, onde conta como tudo aconteceu.

Souad nasceu numa pequena aldeia da Cisjordânia e acaba de publicar um livro intitulado “Queimada Viva”. No livro conta-nos a história da sua vida, uma vez que foi vítima dos «crimes de honra», que matam cinco mil mulheres por ano em vários países, como é referido na revista Pública do passado dia 2 de Maio. Entre esses países encontram-se o Brasil, Jordânia, Equador, Uganda, Egipto e Turquia, entre outros.
Com origem em tradições tribais e patriarcais, os «crimes de honra» são actos de violência praticados contra as mulheres quando estas cometem adultério, querem o divórcio, são violadas ou se recusam a submeter a um casamento arranjado e são aplicados pelos homens da família. Como e referido na revista Pública, a organização Human Rights Watch (HRW) apresentou um documento à ONU em 2001 onde é referido que “os crimes de honra não são específicos de nenhuma religião, nem estão limitados a qualquer região do mundo”.
No livro “Queimada Viva”, Souad conta precisamente como foi julgada e condenada pela família. Na altura em que tudo aconteceu, tinha 17 anos e ainda não era casada, o que na sua aldeia a tornava alvo de troça. Apaixonou-se por um rapaz que a tinha pedido em casamento, mas que a abandonou quando soube que Souad estava grávida. POR intermédio de uma tia, os pais tiveram conhecimento do sucedido e logo prepararam a sentença. No dia seguinte, o cunhado de Souad regou-a com gasolina e ateou-lhe fogo. A jovem conseguiu sobreviver e acabou por ser salva no hospital, já depois de ter dado à luz, por Jacqueline Thibault, activista de uma organização suíça, a Surgir. Jacqueline consegue convencer os pais de Souad que seria melhor que a filha morresse noutro país.
Souad relembra toda a história da sua vida no livro. Conta como conheceu o seu actual marido e como consegue manter contacto com o filho, que tinha sido adoptado. Recusa-se a dizer o nome verdadeiro ou a mostrar a cara, pois receia ser encontrada pela família.
No que diz respeito a tradições religiosas, como a proibição do uso do véu em França, tem uma posição muito definida: “Se querem pôr o véu, que fiquem nos seus países. Se vivemos na Europa, temos de viver como na Europa”, refere na revista Pública.
Souad é uma das sobreviventes dos «crimes de honra» e pode contar a sua história ao mundo, mas a verdade é que pouco se tem feito para garantir a liberdade das mulheres em países onde os animais são considerados mais importantes e onde apenas os homens podem frequentar a escola.

Clara Palma
clarapalma@hotmail.com

Informar para combater a desinformação 

A maternidade na adolescência continua a ser, actualmente, tema de inúmeros debates.
A verdade é que Portugal é o segundo país com mais nascimentos em jovens com idades compreendidas entre os 15 e os 19 anos.A SIC disponibiliza dados sobre a maternidade na adolescência no site www.siconline.pt, facto de destaque, uma vez que Portugal está no topo das estatísticas.

Neste aspecto, o nosso país compara-se aos países menos desenvolvidos, onde a desinformação possui um lugar cativo. Nesses países, o desconhecimento dos métodos contraceptivos e a pobreza constituem a raiz do problema. As jovens sentem necessidade de ajudar as famílias e prostituem-se, sem tomar qualquer tipo de precaução, o que faz com que todos os dias existam mais jovens infectadas pelo HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis.
Numa altura em que o debate se mantém aceso em torno da questão da educação sexual nas escolas, contrariar a tendência nacional, é uma prioridade. Os órgãos de comunicação social, neste caso concreto, a SIC, podem desempenhar um papel de primeiro plano no esclarecimento de adolescentes menos informadas.

Clara Palma
clarapalma@hotmail.com

segunda-feira, maio 03, 2004

Aung San Suu Kyi poderá ser libertada brevemente 

Aung San Suu Kyi, dirigente do principal partido da oposição na Birmânia, encontra-se detida em prisão domiciliária desde Maio do ano passado. Aguarda-se para breve a libertação daquela que é considerada a «mãe coragem».

Aung San Suu Kyi, filha do general Aung San, herói da luta pela independência da Birmânia, nasceu em 1945 e estudou nas melhores escolas de Rangum, Índia e Inglaterra (Oxford), enquanto acompanhava a sua mãe, que tinha sido nomeada embaixadora em 1960. Suu Kyi tem dois filhos, frutos do casamento com Michael Aris, professor universitário e especialista da religião budista e do Tibete. Nessa altura, trabalhava como Assistente na Escola de Estudos Orientais de Londres, ligada ao Secretariado do Conselho das Questões Administrativas e Orçamentais das Nações Unidas, como é referido no site do jornal Público.
Suu Kyi regressou à Birmânia em Abril de 1988, com o objectivo de proclamar e exigir a democracia para o seu país, com eleições livres e a formação de um governo interino. Acabou por ser colocada em prisão domiciliária pelos seus actos a 20 de Julho de 1989, mas continuou a incitar a Liga Nacional para a Democracia (LND) a concorrer às eleições, que acabaram por ser vencidas por este partido em Maio de 1990 nas eleições gerais. No entanto, os militares não permitiram a subida ao poder da LND, desmantelando todos os partidos políticos e detendo os companheiros da líder.
A líder da oposição na Birmânia, apelidada de «mãe coragem», foi galardoada com o Prémio Nobel da Paz, numa proposta feita pelo Presidente checo, Vaclav Havel. No entanto, o prémio teve se ser recebido pelo seu filho, a 10 de Dezembro de 1991.
Aung San Suu Kyi foi libertada em Julho de 1995, mas, cinco anos depois, quando tentava apanhar o comboio para poder visitar alguns militantes pró-democracia em Mandalay, foi novamente detida.
Feita prisioneira pela terceira vez em Maio do ano passado durante três meses em local desconhecido, Suu Kyi recebeu já a visita de Razali Ismail (enviado especial do secretário-geral da Nações Unidas) e de Paulo Sérgio Pinheiro (enviado especial da ONU para os direitos do Homem). Segundo o site do jornal Público, o ministro dos Negócios Estrangeiros birmanês, Win Aung, anunciou, numa entrevista dada ao canal ITV da Tailândia, que Aung San Suu Kyi será libertada a 17 de Maio. No entanto, notícias mais recentes citadas no site da Sic referem que o presidente da LND espera a libertação da dirigente do seu partido ainda esta semana.

Clara Palma
clarapalma@hotmail.com

Correio do Brasil chega a Portugal 

No dia 19 de Fevereiro chegou às bancas um novo jornal: o Correio do Brasil.
Com uma imagem leve e descontraída, esta publicação dirigida por uma mulher promete fazer a ligação entre as comunidades brasileiras sediadas em Portugal e a sua terra Natal.

Na primeira edição desta nova publicação, Jorge Sampaio e Lula da Silva deixam uma mensagem aos leitores do jornal, reiterando as ligações luso-brasileiras e mostrando que, para além de uma língua comum, há também interesses comuns entre Portugal e o Brasil.
Em jeito de Editorial, Alberto Dines, editor-chefe do Correio do Brasil, diz que este jornal “materializa o sonho de uma ponte impressa entre o ponto mais ocidental da Europa e a ponta mais oriental da América do Sul”.
Nesta primeira edição, relatam-se as origens do carnaval, fazem-se referências musicais, literárias, televisivas e futebolísticas, entrevistam-se grandes nomes da sociedade brasileira e mostra-se um pouco de ambos os territórios: o luso e o brasileiro.
Como suplemento do primeiro número, um cd de música brasileira traz até Portugal o timbre de oito grandes vozes do Brasil.
A par da novidade no mercado, é de destacar o facto de o Correio do Brasil ser dirigido por uma mulher, Paula Ribeiro, assim como a particularidade de este jornal apresentar uma equipa redactorial composta por um número de mulheres superior ao número de homens, facto esse que contraria a tendência portuguesa para os directores masculinos e para as redacções compostas, na sua maioria, por homens.


Sofia Figueiras
sofia_figueiras@portugalmail.pt

Mulheres na rádio 

As duas rádios generalistas de maior impacto nacional são um mundo de homens.
Tanto a Rádio Comercial como a RFM têm, na sua maioria, homens a cumprir as mais variadas funções. São poucas as vozes femininas destas duas rádios. No entanto, são uma referência do mundo radiofónico português.

As manhãs da Comercial arrancam com a “Bomba Relógio”, protagonizada por um duo homónimo: João e João, fazendo um jogo de palavras com os nomes dos apresentadores: João Vaz e Maria João Simões.
Marta Santos e Vanda Miranda são também outros dois destaques do quadro. À parte, a informação e animação estão a cargo dos restantes seis homens que compõem o corpo de jornalistas da Comercial.
No trânsito, Mónica Baltazar e Isilda Félix são as únicas mulheres a desempenhar esta função.
As restantes mulheres distribuem-se por cargos de secretariado, direcção comercial, direcção de marketing e produção.
Num total de 48 pessoas, apenas nove são mulheres.
Na RFM, a questão é ainda mais flagrante: dos 11 destaques desta rádio, apenas Carla Rocha e Joana Cruz integram esta equipa liderada, essencialmente, pelo sexo masculino.
Quando ligamos o rádio, a probabilidade de ouvirmos uma mulher é ,substancialmente, menor.
Ficam de lado os anúncios publicitários que apresentam vozes femininas “quentes” e convidativas, que promovem um produto, com a maior atractividade possível, a par da sensualidade conferida às mulheres, aliada ao seu poder de persuasão.


Sofia Figueiras
sofia_figueiras@portugalmail.pt

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